quarta-feira, 11 de maio de 2011

eu sinto a sua falta, e a falta é a morte da esperança

Primeiramente pensei que pudesse ir pra todos os bares possíveis, conhecer cinquenta e nove novos amigos e viver no meu comodismo. Acredito que preciso te agradecer por ter tirado de mim a ideia de que essa seria a solução. Os meus dias continuariam sendo monótonos, meus pensamentos infinitos, e o meu amor, incansável. Acho que a minha sorte, foi ter me apaixonado por você. Olha, eu sou grande sim, gosto de Chico Buarque, caetano..  já li vários livros, sou engraçada e tenho gírias legais também. Sou medrosa, bipolar, chorona e me escondo. Não gosto que saibam das minhas fragilidades, e detesto que acreditem no quão imenso é o meu coração. Mas a minha paixão, a minha pressa em te amar não deixava que você soubesse de nada disso. Meu coração saia pela boca, sei lá porque diabos, toda vez que você estava perto. Tenho sentido falta de ouvir o seu “oe” todos os dias. E a sua forma de falar muito bem todas as silabas. Você tem permanecido ausente como uma extrema habilidade, e por mais que eu te sinta presente, eu sei que você não está. Você me ensinou tanto, me causou tanto.. me mostrou como era o gostinho de amar e ser amada de volta, só pra eu saber como era ficar louca de ciúmes, como era tudo tão bom. Era tudo bom. Abri no meu computador uma pasta pra guardar todas as músicas que você ouvia. Pra eu poder ouvir imaginando todas as milhões de coisas que deviam passar pela sua cabeça a cada nota, a cada verso. Não guardo nada além do amor, embora hoje eu tenha chorado. Eu pensei que essa fase já tivesse passado. Mas todas as minhas mil invenções pra me afastar de você, os meus mil planos pra sexta a noite, o copo vazio só me mostram que tá tudo uma grande bagunça. Eu saio de casa pra não pensar, vou me divertir , mas o mais longe que eu passo da sua lembrança é vinte minutos, meia hora até algum engraçadinho resolver me perguntar como é que você anda. Eu sei lá como você anda. É só uma forma de me machucar menos, de continuar fazendo aquele velho papel de “sou forte o bastante pra sentir falta”. Grande lixo poder sair sem dar satisfação a ninguém. Abro mão dessa liberdade. Liberdade de que? De sair por aí sem você, eu sempre a tive e não soube usar. De me machucar?! De procurar em pessoas erradas um jeito de matar a saudades que você deixa em mim? Não to nem aí pra festa sensacional que todo mundo vai. Que mané “todo mundo” ou. Eu quero você aqui, caramba. Mas eu acabo indo, sempre assim. Vai que mesmo que você prefira ir pro rap, resolva dar uma aparecidinha só pra ver seus antigos amigos. Eu sei que não preciso disso, que você viria aqui caso eu predisse, que você não faria nada pra me magoar. Não sinto vergonha, nem medo. Não sinto nem vontade de esquecer. Eu me sinto cada vez mais completamente apaixonada você.  Eu me cansei foi desse papinho clichê de menina bem resolvida, que vive na ausência e não sofre, na vontade de ligar e não liga, de procurar e permanece parada, pulsando por debaixo da pele. E sabe o que mais eu percebi?! Que tudo continua no mesmo lugar.. até mesmo a nossa foto dentro do meu guarda roupa. E também a minha mania de “ah, sei lá”. Tomara que alguém pergunte de mim pra você. E que alguém me enxergue diferente do que eu tenho sido há tanto tempo. De igual eu não tenho nada. Estou aqui por pura escolha. Os meus erros foram minha escolha, minhas atitudes. Mas não o sentimento. Eu não te amo por escolha e mesmo assim, me admiro por te amar. Assumi as consequências, me feri. Consequências de ser alguém que eu não quis e que mesmo depois de ter sido, não quero. Bastou o primeiro (re)encontro e essa loucura já tinha tomado posse do meu corpo todo. Mas eu continuei, eu arrisquei. Sinceramente você me fez crescer muito. Sinceramente, não.. Sem muito 'Sinceramente'. Desse último ponto final pra frente só tenho desejado que você volte a qualquer instante. Meu lado racional me pede pra te deixar ser feliz mas eu ainda sou de longe mais emoção. Eu não quero pensar que a gente não deu certo. Ah, que isso, é só uma fase! A gente volta. Ei, a gente volta? As coisas são como são, preto no branco. E o que era só um depoimento, uma resposta pra um poema de Carolos Drummond Andrade, tornou-se isso. Talvez eu saiba que você nunca vai ler. Mas talvez eu prefira acreditar que você sempre lê tudo que eu escrevo. As vezes acho que no máximo vai ler a  mensagem que eu sempre penso em te mandar falando a mesma coisa que você me disse uma vez “Enquanto os dias vão passando, eu fico pensando, se você ainda está me amando .. se você quer voltar, porque tá demorando?”. A última madrugada só atravessei bem, porque tive a coragem de discar os 8 números que eu sei tão bem de cor. Só não deixei completar. Mais uma vez, a saudade falou mesmo muito mais alto que o orgulho. 

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