terça-feira, 27 de agosto de 2013

mais dez anos ao seu lado

Orei por você hoje. Pedi, pela segunda vez, pra que Deus me ajudasse a não te amar mais. Amar você, ainda que da forma mais linda que eu sei fazer, começou a deixar tudo muito feio. Quero viver além do amor, amar além do amor, amor além do mar. Quero acordar sem angustia no coração e ir dormir sem mil perguntas nunca respondidas. Agora, pela primeira vez, eu to indo embora e você não vai sequer dar um passo pra me impedir.. mas afinal, não se sabe nem se você tá vivendo numa zona de conforto, como esperar que saia dela então!? Não espero, mesmo que no fundo, viva esperando. Celular e chave na mão, caso você apareça. O tempo tá passando rápido, agora deixou de ser “quase” e já se completou um ano. Um ano que chega e eu que me vou, sem bagagens. O desfecho da história há de ser tão lindo quanto o sorriso que você carregava. Mais uma vez, vai viver.. dê as voltas que precise dar e só volte se for pra realmente ficar. Tenho pouco a dizer e um mundo inteiro de sentimento que precisa ser camuflado. Te desejo tanta coisa boa, gente que valha a pena, principalmente. Não se perca atoa e não se encontre em qualquer braço/abraço. Sinto todos os dias um pouco da falta que você faz.. a dose da saudade vem sempre acompanhada de desassossego. Eu transbordei. Saí de mim pra que não saísse você. Busquei espaço, compasso, abraço.. a musica continua sendo linda mas é difícil dançar quando o par não é você. Isso é o que o amor faz. Breve, logo, adeus, nunca mais. Se destino a gente é quem faz, nunca mais não é a melhor despedida pra nós. Está escrito assim. Deus te guie, mon amour! “Acredito ter visto, no meio de tantos escombros, meus ombros, seus olhos, meus poemas, suas coxas, meus problemas, seus cílios, nossos filhos (que filhos?), nossas contas, nossos contos e os ossos, teimosos!, das nossas alegrias. Ouça: a dobra do seu sorriso ainda me ri: “desdobre-se, meu amor, desdobre-se na morte para me reconstruir longe daqui, perto de ti, em mim”

terça-feira, 13 de agosto de 2013

tem mais você que nota dó

Todos os dias eu durmo e acordo pensando que tudo isso há de ter uma razão maior. Maior ainda que a saudade, ternura e necessidade que eu sei que a gente sente. Não sei quantas vezes eu quase fui, quase cansei, quase desisti. perdi as contas das que eu deitei e não dormi, me perdi. Tive medo e busquei seu abraço, não tinha. Sem abraço e "não tenho mais nada pra te dizer". Me ajeitei na minha falta de jeito e pedia com a maior fé do mundo pra que a gente não se perdesse. Sem saber como, a gente sempre acaba se encontrando.. já faz muito tempo que eu me encontro em você. Foram meses de contradições, decepções, confusões. Eu antes me vestia de certezas e acabei despida. Consegui tudo, menos, dizer não. Fui a todos os lugares, menos, pra longe de você. Era aqui que eu deveria estar, ser seu lar, mesmo sem saber se era "nele" que você escolheria morar. Pra sempre pode durar alguns segundos, pode durar o tempo que a gente espera, o tempo que a gente busca, que a gente ama, que a gente odeia. Pra sempre dura o tempo que eu te escolho. Te procurei em outros braços, tentei gostar de outro cheiro, outro beijo e outro toque. Me afastei de tudo que não tivesse você. Refiz sua imagem quando outro rosto tentou confundi-la. Tudo se afetou tanto que nos seus olhares preciso buscar o afeto. Digito e apago seu numero inúmeras vezes, incontáveis mensagens não foram enviadas. Saudade sufocou tanto quanto o silêncio, silêncio assustou na mesma medida que a distância. Obrigada por um dia ter cantado um monte de rapzin love pra mim, por ter me transformado em poesia, música e nas lembranças que ainda resistem. Você foi/é/será meu grande primeiro amor da minha vida. Espero sim que seja o último. Ficar e esperar pelo imprevisto, improvável, inesperado. A gente podia ter sido tanta coisa que não foi, mas se pensando assim, fomos tanta coisa que nem esperávamos. Você veio à mim pra somar, acrescentar e mudar. Não há como diminuir isso. Te quero sendo aquilo tudo. Tudo. Eu continuei regando a flor que você plantou em mim e cada pétala brotou um sentimento novinho em folha. Assim como a esperança que se renova, sem esforço. Não sei contar até o número que expressa o quanto eu te amo, bem assim mesmo. Queria saber te explicar de onde vem essa minha vontade de que tudo se acerte, encaixe. Já faz quase um ano! "que cada ano sem você me traga mais dez anos do seu lado." Só te quero bem, comigo ou sem!

sua fuga desse mundo

Palavras são pequenininhas diante de atitudes.. as suas palavras possuem doçura, certeza e tranquilidade e o que você faz transmite desassossego, duvidas. Incrível como ficamos perto e continuamos com o mundo inteiro no meio de nós. Um ano e uma saudade/falta/distância que parece nunca saciada, mesmo estando na sua constante presença. Tenho sede de felicidade e enxergar que a minha é dependente da sua/de você, foi a única coisa que me fez ir pra frente. O medo, ao mesmo tempo em que pode nos impedir de caminhar, pode nos fazer andar muito rápido. O amor foi camuflado do seu lado e acabou embaçando do meu. Estarei mentindo se disser que isso não me causou desespero. Passou. Me contento pela história vivida, o aprendizado sem tamanho e a vida que eu sonho viver ao seu lado. Essa ou não. Fui eu mesma, na maior parte do tempo, e isso me tranquiliza. Meus beijos, meus abraços, minhas palavras, meus passos e cada pedaço de mim que doei a você nesses meses, foram os mais sinceros. Corri pros seus braços não só pra sentir o prazer físico do encontro, mas porque meu coração sussurrava pra mim que tudo podia dar certo. Desnecessário ficar remoendo o porque de tudo isso se não acredito em acasos, tinha que acontecer. A gente esteve junto nesse barco. Luto pra que ele não afunde.. nunca soube remar sozinha! Seu sorriso, ainda que distorcido na foto, nunca será apagado da minha lembrança. Aprendi a guardar tanta coisa bonita, leve e única. Sem espaço pra qualquer coisa ruim. Demos certo como eu pensei que daríamos, como quisemos que desse. Eu nunca fechei a porta se caso você quisesse ir embora. Ela esteve, assim como eu, aberta pra te receber ou pra ver a rapidez com que você sairia. Não houve despedida. Não podíamos ser cruéis assim com nós mesmos. Chorei tanto que acho que todo o sentimento que morava aqui, saiu pelos meus olhos. E não tive nem um abraço seu pra me confortar. Me deixa mais forte, de amor ninguém nunca morreu, nem de angústia. Fui confusa inúmeras vezes por tentar, de todas as formas, fazer com que você voltasse. Nunca fui dona das suas vontades, mas já cheguei a ser a maior delas.. E passou. Me refiz de vários jeitos e a única coisa que permaneceu intacta esse tempo todo foi a vontade de construir essa vida pra dividir. A vontade de estar com você e com as pessoas da sua vida que eu amo tanto. A ferida aberta vai cicatrizar mais uma vez, o tempo é cruel, mas não deixa que a tristeza se aloje. Só eu sei o quanto não me arrependo de você, vai fazer sol dentro de mim logo. Finalmente aprendi a ser boa companhia pra mim mesma e entendi que não há como decifrar o inexplicável. Vou respeitar a minha queda e meus novos medos. Se tudo é mesmo passageiro, vai passar.. O amor fica como tem que ficar! Em cheiro, gosto, lembrança, saudade, poesia. Tamanho, nome e endereço. Te amo, não passou, não passa. Aprendi com você a falar menos e fazer mais, ser mais. Sei que sou e que fiz o que pude por nós!
Mais um ano que tô por perto pra te ver completar e contemplar com você. Todas as vezes que te olhei, foi pra observar. Te observar intensifica a minha vida. Seu abraço, dado diante de um pedido é desajeitado e quando voluntário, encaixa em todas as minhas curvas. Você dorme com o olho entreaberto, respira pela boca, gosta de massagem com a unha, sabe falar muito bem do que sente, morde o dente sem parar quando tá inquieto/nervoso. Era difícil dormir junto.. seu corpo tinha sede do meu e seu calor me fazia arrepiar. Qualquer hora era hora e lugar era lugar. A gente se acalmou, amou. O seu passado é guardado em uma porta do seu guarda-roupas e tudo que não queira ver, é tirado do seu campo de visão. Mas não se engana, não se ilude. Se distrai, se ocupa, se perde, se encontra. Posso não entender nunca as suas escolhas, mas lhe guardo inteiro em mim. Inteiro. Te escolhi pra projetar em você os meus sonhos. Obrigada por correspondê-los. A minha certeza de você é grande porque só a gente sabe da gente Estar junto mesmo sem estar. Estar pro outro mesmo com tanta gente no caminho. Parabéns pelo seu dia. Por todas as coisas que eu quero ver você conquistar. Continue sendo dono de tanta luz e não deixe que ela se apague.. o caminho não pode ser desviado! Deus te guie por onde quer que você vá. Mais emoção à razão. Vai viver.. Vai colorir essa cidade – ou esse mundo - da mesma forma que coloriu a minha vida – o meu mundo- , com o mesmo amor e dedicação. Cuidado pra não se perder, meu amor. No meio dessa sua confusão, me encontre. Em curto ou longo prazo, não deixará de ser um só.
Sempre sua!

fala correto e não vive o que diz

"Me explique, bruxo? Onde estiver me explique.
Como alguém pode vir morar contigo, dizer que te ama na noite anterior, e sumir de repente sem nenhum arrependimento? Amor muda de ideia? Amor é leviano assim? Amor é brincar de destruir?  O que digo agora também já está morrendo? Morrer produz barulho, sei, mas e o barulho de viver? Não dá para ouvir daí?
Como do homens dos sonhos você se torna um homem sem sonho? Como uma manhã sem falar doía nela e hoje o amanhã sem falar nem provoca ansiedade? Como alguém não guarda em si o mínimo de autocrítica para refletir as últimas semanas?
Eu dividiria até meu egoísmo com ela. Não ficaria com ele sem partilhar. Como não se fracionar? No momento em que a gente se guarda a gente se perde, não?
Como alguém que ama decide alguma coisa? Logo no amor, Caio? Amor não é adiar? Amor não é humildade? Vejo que o erro é arrogante, Caio. Como existe soberba na maldade, hein? 
Será que foi vingança de relações passadas? Eu era o intervalo de um ódio? Será que não devia ser sincero, fiel, não podia confessar minhas fraquezas, falar o que temia? Honestidade não combina com amor?
Eu que sou garrancho, arredondei a letra no caderno de caligrafia, escrevi entre as linhas de baixo e de cima, bem certinho, você ficaria orgulhoso conhecendo minha pressa, mas só você, Caio, só você sabe o enorme sacrifício que é escrever entre as linhas. 
Será que a felicidade machuca? Será que a felicidade nunca é suficiente? Será que os casais se separam porque acreditam que podem ser felizes sem ninguém? Ou acreditam que podem ser ainda mais felizes do que estão sendo? Será que a solidão mente o que somos? 
Se o afeto sufoca, me diz, então, o que liberta? Será que é só conhecer uma intimidade que somos empurrados para fora? Será que a pessoa não se gosta nem um pouco para admitir testemunhas? Será que sabemos demais, enxergamos demais, e nosso corpo é obrigado a desaparecer? 
Amar é coisa de máfia? Será que recebemos a culpa por problemas pessoais? Que é mais fácil encerrar a relação do que assumir os medos?  O amor é um mal-entendido, é ilógico, Caio? Estou começando a crer nesta hipótese. Como alguém pode se entregar loucamente e depois alegar que nada tem mais importância? Que piração é esta, Caio? Isso também acontece no mundo dos mortos? Ou os mortos são mais estáveis? Ou os mortos são mais confiáveis? 
Como alguém faz declaração pública de amor e depois diz que desejava invisibilidade? Como confiar no silêncio se não há esperança? Eu fingi que era diferente? Não expressei como era desde sempre, não avisei como funcionava? Como alguém cultiva os meus amigos e filhos, defende o nosso destino, numa hora e na hora seguinte se mostra surda a todo conselho, surda a toda dúvida, surda a toda incerteza? Como alguém pode jogar a história fora? Por facilidade? Não conheço nada fácil, nem a amizade. Não pode ser. 
Será que ninguém mais lê mais poemas hoje, Caio? Poemas não têm final. O amor deveria ser como um livro de poesia. Para se ler fora de ordem. Para se ler um pouco por dia. Desprovido de desfecho. Poema é releitura na primeira leitura. 
Caio, não suporto que digam que mulher não gosta de homem que se entrega, que temos que omitir, que temos que jogar. É uma cilada machista, não lhe parece, para justificar a grosseria e a ausência de interesse? O que será da intensidade longe da doação? Onde foi parar a delicadeza dela, a ternura de antes? Foi uma miragem? Onde as pessoas escondem o amor, Caio? Onde as pessoas enterram os ossos de suas alegrias?        
Como alguém pode ser frio, indiferente, insensível a ponto de usar as frases mais duras e impessoais, sem se importar com o sofrimento que causa? Como alguém manda mensagens como se estivesse realizando um favor? Que superioridade é esta? Cadê o nervosismo que pede um abraço? Como alguém não se esforça para retroceder o baque, zerar os meses? Por amor, a gente apaga que nasceu um dia, não é mesmo? 
Como alguém não cancela sua atitude? Que obstinação é essa de machucar, de sangrar ruas e lugares prediletos? Como alguém não sente saudade, não inventa saudade, não cria saudade? É um produto em falta por aqui, Caio, pode mandar material? Mande garoa de palavra para recriar saudade, por favor? 
Como não retornar pela verdade, se eu voltaria ainda que fosse uma mentira? Como não caminhar recuando se avançar é lembrar?
Como o outro termina sem conversar, termina por terminar, termina de modo cruel o que não havia sinalizado? Como alguém emprega a porta para pisar as mãos, permanece agredindo quem merecia uma fresta de compreensão? Como alguém afirma que nada muda da noite para o dia e esquece as noites que mudaram seus dias? 
Como esse mesmo alguém é outro, já outro, tão outro que nem sei mais quem fui? Como não desconfiar do passado, como não imaginar que tudo foi uma mentira? Como não se sentir usado pelos anjos, corrompido pela dor? Como, Caio? Alguém mentiu, Caio, para mim. Para si. E para todos. Eu não desisto do que falei um dia com todo o coração. Mas sou eu, Caio, sou eu. Não posso exigir isso de ninguém. Viver é incompreensível. 
Um beijo. Cuide-se."



Fabricio Carpinejar