quarta-feira, 17 de agosto de 2011

não cabe mais nenhum segredo


“Que história é essa de amiga pela metade? Eu não gosto de metades. De gente que não sabe ser. Que não sabe a que veio. De respostas em monossílabos. “Não” e “sim” nunca foram resposta. Isso não é amizade. Amizade de verdade tem que ter cumplicidade. Tem que ter olho no olho. Sentimento. Troca. Troca de confidências. De desabafos. Amores à parte. Esses não trocamos. Quem é você que se diz minha amiga e eu não sei da sua vida? Que já fomos confidentes e hoje eu nem sei se está saindo com alguém. Se está feliz. Se ele te faz feliz. E eu não sei o nome do cara que está saindo com aquela que um dia se disse minha amiga sem conhecer o verdadeiro sentido da amizade. De compartilhar emoções perdidas. Conquistas. Derrotas. De compartilhar aquela noite de sexta-feira, quando ninguém te chamou pra sair e você teve que ficar em casa assistindo tv. Quer saber? Você não me apetece. Tenho preguiça profunda de gente que não se dá. De gente “pé atrás”. De gente que é amigo nas horas vagas. Não, baby, eu quero full time. Eu quero a amiga que é toda ouvidos. Conselhos. Palavrão. Choro. Riso. Noite. Champagne. Vinho barato. Festas. Tropeços na calçada. Convites pro evento do ano. Mico do ano. Chocolate no cinema. Fila de cinema. Shopping no meio da tarde. Piscina no sábado de manhã. Assunto que não acaba mais. Telefonema sem assunto. Viagem pra praia. Os bonitos no trânsito. Os feios por toda parte. Os caras que a gente quer. Os caras que a gente não quer. Os caras que querem a gente. Os caras que não querem a gente. A gente. No amor, existe essa história de “cara metade”. Não sei. Nunca achei que tivesse faltando nada por aqui. Agora, não me venha com essa moda de “amiga pela metade”. Não vai colar. Dobre seus monossílabos numa mala e envie-os pra bem longe. Daí, se os sintomas persistirem, despacho você junto semana que vem.”

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